Única
Você chegou com seu jeitinho malandro, sorriso bonito, palavras arrastadas. Cercou, brincou, dançou, provocou. Numa indecisão maldita, eu não sabia se dava um passo para a frente e caia de cabeça contigo na imensidão do desconhecido ou dava um passo para trás e ficava sozinha na confortável borda da covardia. Foram os sorrisos? Os olhares intensos? O perfume suave? A firmeza do seu corpo contra o meu durante a dança? As conversas sussurradas ao pé do ouvido? Não sei. Vai ver foi tudo e mais um pouco, mas o fato é que cedi. E disse sim contente, com o coração em plena epifania.
Nos despedimos de todos pra nos
encontrar, na escuridão e sob o olhar vigilante dos sapos, quinze minutos
depois. O coração batia acelerado, a boca secou, as palavras faltaram. O
sussurrar do vento e o cantarolar dos grilos foi a trilha sonora de uma noite
roubada, repleta de beijos secretos e afagos gentis. As estrelas foram
confidentes de duas almas indecisas, um tanto tímidas e sinceras, que se tocaram
por um momento para se separar no dia seguinte.
E no peito, repleto de alegria,
não sobrou repreensões ou culpa, mas as lembranças de uma noite única.
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