@mor

Foto: My Book Is

Dez minutos depois
Leo, por favor, vamos nos encontrar! Não vamos perder o que pode ser talvez a última oportunidade razoável pra isso. O que você arrisca com isso? O que você tem a perder? 

Dois minutos depois
Você.
A mim.
A nós.

Tudo começou com e-mail enviado para o endereço errado. Emmi queria apenas cancelar a assinatura de uma revista. Só isso, nada mais. Mas, ao acrescentar um “e” onde não devia, acabou enviando dando início, sem querer, a uma linda e romântica história, repleta de e-mails inteligentes, sarcásticos, encantadores, espirituosos e divertidos. Entretanto, o que parece incrível, brilhante e avassalador no mundo virtual, às vezes se revela esmaecido, cinzento e comum sob as luzes da realidade. Valeria a pena dar um passo adiante e levar o relacionamento cibernético para um outro nível?

Decidi ler @mor, de Daniel Glattauer, por dois motivos. Primeiro, a capa é linda (sim, me julguem). Segundo, queria algo romântico para resenhar na semana do dia dos namorados, e nada melhor que uma obra que tem @mor como título. Considerando que minhas razões eram fúteis e as expectativas, mínimas, tinha tudo pra dar errado. Sabe-se lá graças a que santo, não deu: @mor é uma leitura gostosa, divertida e viciante.

De um lado de uma tela de um computador, está Emmi, espirituosa, sarcástica, divertida. Do outro, o pragmático, misterioso e poético Leo. Vivendo na mesma cidade, um inconsciente do outro, até que Emmi manda o e-mail por engano. As mensagens, no começo simplórias, acabam ficando cada vez mais intricadas e pessoais. Os diálogos ficam cada vez mais interessantes e irresistíveis. Os dois acordam e dormem na expectativa de enviar um e-mail para o outro. Não seria tão complicado dar uma chance a esse romance fora do mundo virtual se Emmi não fosse… casada.

Não tem como largar o livro sem ficar pensando sem parar no que vai acontecer a seguir. Os diálogos dos dois são incrivelmente inteligentes e gostosos de acompanhar. Eles brigam, fazem as pazes, se provocam, flertam e até compartilham algumas taças de vinho virtualmente, numa relação que vai ficando cada vez mais íntima. O livro é todo escrito em formato de e-mails, mas não se torna chato nem cansativo. O começo é um pouco devagar, mas a medida que aumentam a quantidade de e-mails trocados entre si, a leitura se torna cada vez mais interessante e viciante.

O final é simplesmente surpreendente. Você fica com o coração na mão, ansioso, sem poder acreditar no que está lendo. E a vontade de ler a continuação da história é intensa e imediata. Não dá pra continuar existindo sem saber o que vai acontecer com o casal. Ok, exagerei. Mas vai um conselho de uma pessoa que saiu que nem uma louca na direção da livraria sob uma chuva torrencial: se for ler @mor, certifique-se de ter a continuação em mãos quando chegar ao fim da leitura.

No Brasil, @mor foi lançado pela editora Suma de Letras. Sua continuação, “Emmi & Leo – A Sétima Onda”, fecha com chave de ouro a história do casal, e também já está disponível nas livrarias brasileiras.

      Eu gostaria tanto de beijar você. Tanto faz como você é. Eu me apaixonei por suas palavras. Você pode escrever o que quiser. Você pode escrever sossegada com rigor. Eu amo tudo.

Resenha publicada originalmente na Revista 21.

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