[Outlander] Ep.01 - Sassenach
Depois do post cheio de gifs escrito logo após ter visto o primeiro episódio (um pouco embaraçoso, mas mais embaraçosa ainda foi a dancinha feliz que fiz quando o vi disponível com legendas #abafa), dei um tempo, assisti novamente e fui tomada pela vontade irresistível de ler o livro de novo (não resisti e estou lendo, quando terminar a releitura, faço uma resenha). Decidi escrever um post a cada episódio, relatando minhas impressões sobre cada um deles.
A primeira coisa que tenho que dizer é: eu tava com medo. Muito medo que fizessem o meu livro favorito ficar uma porcaria na tv. Então, além da excitação de ver meus personagens favoritos na tela, eu estava tomada por partes iguais de ansiedade, empolgação e temor. Terminei de assistir e o principal sentimento que senti foi o de alívio. Claramente, eles se preocuparam em agradar os fãs da série, muitos diálogos estão iguaizinhos e é nítido que tentaram transpor o máximo possível do livro para a telinha.
É muito legal que a mulher do produtor executivo, o Ronald D. Moore (conhecido por Battlestar Galactica's), seja fã da série (acho que, se não a agradasse, ele iria dormir no sofá - e agradando-a, agrada todos os fãs, então, tô adorando hahaha). Diana Gabaldon também está trabalhando na série, como consultora, então, prevejo muita alegria pra os fãs ao decorrer dos episódios.
A série é difícil de rotular. Não é somente romance, ficção científica (embora Claire viaje no tempo) ou uma trama histórica. Na verdade, é uma mistura dos três. Diana preocupou-se muito com a exatidão histórica, o que é bastante interessante e torna a trama mais verossímil. O romance está presente, mas não é o foco principal. Temos batalhas, intrigas políticas, muito sangue e a recapitulação de um período importante e turbulento da história escocesa. Por ter tantos focos, a série pode ser assistida por homens e mulheres, embora prevejo dificuldades em pôr os homens a acompanhar uma série cuja protagonista é mulher (o que é uma pena, porque eles não sabem o que estão perdendo).
Em Outlander, somos apresentados à Claire Randall (Caitriona Balfe), uma mulher decidida e forte, que serviu como enfermeira durante a Segunda Guerra Mundial. O ano é 1945. Ela e seu marido, Frank (Tobias Menzes), estão fazendo uma segunda lua de mel em Inverness, na Escócia, numa tentativa de se reaproximarem após terem se visto pouco mais de 10 dias durante os cinco anos de guerra. É durante essa viagem que Claire, ao tocar numa pedra de um círculo de pedras druídico, volta no tempo para 1743, numa época em que ingleses e escoceses estão em guerra.
Assim que chega ao passado, ela encontra um antepassado do seu marido, Jonathan "Black Jack" Randall, capitão da Oitava Companhia dos Dragões de Sua Majestade (e ruim como o diabo), que tenta estuprá-la. É salva por um escocês, que a leva como "refém", por achar que é uma espiã inglesa. Ao encontrar o resto do clã, Claire conhece James Frasier (Sam Heughan), com quem é obrigada a casar-se e por quem seu coração vai bater mais forte, deixando-a dividida entre dois homens completamente diferentes, e entre uma vida no passado ou no presente.
A trilha sonora e a fotografia do seriado estão incríveis. Os cenários são de tirar o fôlego e a caracterização e figurino estão caprichados. Os escoceses estão falando gaélico (Ron D. Moore contratou professores para os atores) e achei fenomenal que não tenham posto legendas quando eles estão falando, porque Claire não entende o que está sendo dito e a ideia é que o telespectador veja a história pelo ponto de vista dela. À medida que ela for se acostumando e aprendendo gaélico, vamos ter as legendas para a acompanhar a conversa.
Adorei que o seriado começou com a introdução do livro. A narração, que permite que vejamos os pensamentos de Claire não me incomodou, embora tenha sido uma queixa recorrente nas reviews que li. Foram gastos mais de 30 minutos do primeiro episódio em 1945 e devo admitir que fiquei ansiosa para que ela fosse logo pro passado. Entendi que a ideia foi mostrar os vínculos dela com Frank, além de darem bastante informações que serão muito úteis mais pra frente, mas acho que se tornou um pouquinho cansativo para quem não leu o livro. Senti falta de Roger (que será importante nos livros posteriores) e simpatizei mais com Frank na série do que no livro (torna mais compreensível que ela faça tantas tentativas para voltar pra ele do que ficar com o lindão do Jaime).
A polêmica cena de sexo oral no Castelo Leoch me pareceu um pouco desnecessária, embora eu tenha achado interessante, uma vez que a satisfação feminina não aparece muito na tv. Nesse ponto, creio que a série vem quebrar com vários padrões, já que Claire é forte, decidida e confiante de sua sexualidade, um tipo de personagem não muito comum de aparecer nas telas. Aliás, cenas de sexo vão aparecer com frequência na série (Diana é famosa pelas cenas de sexo nos livros) e só nesse primeiro episódio tiveram três. Se me incomodaram? Não. Eles estavam numa segunda lua de mel e o sexo era a única coisa em comum que os unia após seis anos de afastamento. Era meio lógico que fizessem sexo com frequência.
Falando em Claire, gostei muito dos feedbacks da guerra e da infância. Eles já dão uma pista da força e irreverência da personagem, que vão se mostrar com mais intensidade mais frente, quando ela tiver que lidar com uma sociedade extremamente machista. A descrição da sensação de viajar no tempo pareceu-me poética e bem feita. Amei a interpretação da Caitriona Balfe, e o Sam Heughan ficou incrível como Jaime (quando anunciaram o nome dele, não gostei muito, mas agora mordi alegremente a língua). Tobias Menzes ficou muito legal como Frank e Black Jack (ele interpreta de modo tal que Black Jack ficou completamente diferente, parecendo outra pessoa), mas na minha cabeça, sabe-se lá por que, Jonathan era lindo. E, sinto dizer, Tobias Menzes não ficou gatão com aquela peruca.
Me pareceu ter uma química instantânea entre ela e Jamie. Adorei todas as interações entre eles, e a cena em que ele vai buscá-la após a batalha e a em que a chama de Sassenach pela primeira vez, fzeram meu coração derreter. Gargalhei com as interações dela com os outros escoceses, especialmente quando Jamie cai do cavalo:
Claire: Faça-me o favor, canalha maldito de merda
Dougal: Nunca vi uma mulher usar essa linguagem
Escocês: O seu marido devia te ensinar, dona.
Escocês: São Paulo disse que a mulher deve ficar...
Claire: Você e São Paulo deviam cuidar da vida de merda de vocês.
Amei o ator que faz Jamie, morri com seu sotaque (meus ovários explodiram hahaha) e já revi a cena de quando ele vai buscá-la uma sete vezes.
Minha única reclamação sobre esse episódio foi o cinto e relógio dela terem sumido misteriosamente quando ela vai pro passado (um erro de continuidade pequeno, mas ainda assim...). O episódio termina com eles indo para o Castelo Leoch e Claire refletindo que a jornada só está começando. Estou mais que pronta para acompanhá-la e mal posso esperar pelo segundo episódio.
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