Do drama de comprar um biquíni

Apesar de morar praticamente à beira da praia, faz muito, muito tempo que não tomo banho de mar. Por isso, quando minha mãe me convidou para ir passear em Fortaleza com ela, tive que comprar um biquíni. Uma tarefa simples, não? NÃO.

Eu sei que aumentei de peso, posso perceber que o rosto está mais cheinho nas fotos, mas nada, nada, me fez perceber tão completamente o quanto engordei nos últimos tempos como o maldito do biquíni. Saí do provador completamente deprimida e decidida a comprar um maiô. Para minha infelicidade, os únicos modelos de maiô que tinha na loja eram aqueles com recortes na lateral, que fazem com que a gordura pule pelos lados, ao invés de ficar escondidinha, como era meu objetivo inicial. 

Quase chorei.

Depois de muita insistência da minha mãe, saí com um biquíni azul, discreto, enquanto por dentro sentia o coração murchar com a perspectiva de desfilar gordinha de biquíni por aí. Vejam bem, não tenho nada contra pessoas gordas. Se elas estão satisfeitas com seu corpo, e o peso não lhes provoca nenhum mal à saúde, não vejo problema. Mas eu sempre fui magra. Comecei a engordar nos últimos dois anos, saí do tamanho 38 pro 42, engordei cerca de 12 quilos. E isso não me deixa feliz. Não me sinto bonita desse jeito. Não me sinto eu mesma.

Pois bem, comprei o tal do biquíni. Fui à praia, e entre os banhos de mar e água de coco, esqueci que estava mais gordinha e desfilei pra lá e pra cá com meu biquíni. Quando vi as fotos, porém, tive vontade de procurar um buraco pra me enfiar. Não publiquei nenhuma. Uma prima colocou uma foto em que eu estava de biquíni.  Fiquei mortificada  e implorei para que ela excluísse.

Eu sei que sofremos uma pressão muito forte da mídia para sermos magras, com cabelos lisos e maquiagem perfeita. E sei que se o blog fosse famoso, provavelmente teria pessoas dizendo aqui que sou uma alienada pela mídia, mais uma na onda fitness. Mas não é questão de ser magra igual aos outros. É questão de voltar a me sentir eu mesma. 

No começo do ano, comecei um projeto chamado - mais clichê, impossível - no pain no gain. Mas, apesar de escrever posts aqui sobre isso, percebo que não tive muito empenho em perder peso. Não controlei minha comida, continuei tomando refrigerante, mal fiz atividade física. E milagres, óbvio, não acontecem. 

Assim como estou envolvida no processo de voltar aos cachos, quero voltar ao corpo que tinha dois anos atrás. Tenho que encontrar a força, motivação e disposição em mim mesma, para alcançar minha meta. Chorar porque não me senti bem com o biquíni não vai me fazer mais magra. Então, vou recomeçar a dieta e entrar na academia, porque só o frevo não está ajudando. E, se Deus quiser, daqui a alguns meses terei meus cachos e corpo de volta.

E enquanto isso, vou sair de biquíni por aí. Porque a vida é muito curta pra evitar ir à praia de biquíni por estar um pouco gordinha. 

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