Sem clima para o amor

A primeira coisa a dizer sobre o livro é que a capa é linda. É embaraçoso admitir, mas sou dessas leitoras que às vezes compram livros pela capa e que acabam tendo surpresas, nem sempre positivas. Não vou começar a descrever minhas experiências negativas nesse sentido ou o post terá o tamanho de uma bíblia, mas você pode ler um pouco mais sobre isso aqui. Por sorte, com Sem Clima para o Amor, de Rachel Gibson, eu acertei em cheio.
Rachel é uma das minhas autoras queridinhas, li muitos dos livros que ela já escreveu (meu livro favorito dela é Sempre ao seu lado, by the way). Sem Clima para o Amor faz parte de uma série que conta a estória de quatro amigas escritoras, Clare, Adele, Lucy e Maddie. Cada uma escreve livros de estilos diferentes: Clare, romances; Adele, sobrenaturais; Lucy, suspenses e Maddie, histórias reais de psicopatas. O livro de cada uma segue o estilo que elas escrevem, assim, Sem Clima para o Amor é um bom e velho romance, uma vez que sua protagonista é Clare Wingate, uma mulher “certinha” que se maquia até quando vai escrever em casa e não planeja ver ninguém.
Mas, por mais certinha que Clare seja, às vezes uma mulher dá umas escorregadas, especialmente quando chega em casa mais cedo e encontra seu noivo sendo… ahhhh… cavalgado pelo técnico que consertou a máquina de lavar no dia anterior (quem NÃO daria uma SUPER escorregada depois de uma cena dessas?). É por isso que a sempre correta Clare se encontra nua numa cama desconhecida depois de várias taças de champanhe e copos de gim tônica. Infelizmente para ela, não é um desconhecido que sai do banheiro antes que ela possa fugir sem ser vista, e sim Sebastian Vaughan, um velho amigo de infância, que não hesita em mostrar o quanto se diverte com o constrangimento dela.
- Não acredito que tenha dormido com você! – lamentou-se Clare.Sebastian deu uma risadinha. – Ontem à noite você me agradeceu.- Ontem à noite eu estava bêbada. Se não estivesse, jamais transaria com você. Você se aproveitou de mim.- É o que você acha?- Óbvio que sim.- Você não reclamou.- Não me lembro!- Isso é mesmo constrangedor. Você me disse que tinha sido a melhor transa da sua vida. – Ele sorriu e deixou a toalha cair.
Jornalista, Sebastian está de volta à cidade depois de longos vinte anos, onde tem que lidar com uma difícil relação com seu pai e uma enlouquecedora atração por Clare Wingate. Ele não queria essa preocupação, mas não consegue resistir… Assim como Clare, que não quer saber de homens depois da experiência desastrosa com o noivo, mas se vê pensando mais e mais no sorriso apaixonante de Sebastian.
A leitura é uma delícia, rápida e descomplicada. Ora a narrativa apresenta o ponto de vista de Sebastian, ora de Clare. Isso é interessante porque podemos conhecer melhor ambos os personagens (em muitos romances, assim como a protagonista, não temos a menor ideia do que vai pela cabeça do personagem masculino. Isso, no geral, me incomoda). A trama é simples, lembrando bastante uma dessas comédias românticas que a gente sempre assiste, não importa quantas vezes passa na tv. Encontrei alguns erros que demonstram descuido na revisão, embora não atrapalhem a leitura.
Enfim, Sem Clima para o Amor é um livro de romance divertido e excelente para quem está precisando dar algumas risadas ou ler algo descompromissado, apenas por diversão. Não vale um Nobel, mas ganhou um lugar cativo na minha estante.
Curiosidades: apenas dois livros da série foram traduzidos para o português, Sem Clima para o Amor e Sempre ao seu lado (que conta a estória de Maddie). Em Sempre ao seu lado, Maddie tem como vizinhos Delaney e Nick, protagonistas do livro Loucamente Sua, que não faz parte da série. Já em Sem Clima para o Amor, Clare e Sebastian participam de uma festa organizada por Jane e Luc Martineau, protagonistas do livro Jane Joga e Ganha que integra a série Chinooks Hockey. A autora gosta de colocar personagens de outros livros nas tramas mais recentes e é divertido quando você se dá conta desses crossovers.
ps: Resenha publicada originalmente na Revista 21.
ps: Resenha publicada originalmente na Revista 21.
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