A verdadeira versão de Romeu & Julieta

Nunca gostei muito de Romeu e Julieta. O destino de ambos sempre me pareceu meio estúpido, já que é fruto de uma horrorosa falta de comunicação que poderia ser facilmente evitada. Enfim, quando a Arqueiro ofereceu Julieta, adorei a capa (ainda vou escrever sobre isso aqui, escolho com frequência livros pelas capas) e decidi dar uma chance pra estória.

Nessa nova versão de Anne Fortier, conhecemos as irmãs gêmeas Julie Jacobs e Janice, que nasceram em Siena, mas foram criadas pela tia-avó Rose desde a morte de seus pais. Julie é uma garota com baixa auto-estima e cheia de complexos, se sentindo sempre inferior à sua irmã, Janice. E para sua surpresa e consternação, Rose, ao falecer, deixa a casa somente para Janice, praticamente excluindo Julie do testamento. Pra ela, resta apenas uma carta e a descoberta que seu nome, na verdade, é Giulietta Tolomei. A carta explica que sua mãe deixou um tesouro para ela em Siena, algo muito  mais valioso que a casa herdada por Janice.

Mas, ao chegar em Siena, Julie descobre que tudo que sua mãe deixou foram papéis velhos - um caderno com diversos esboços de um única escultura, uma antiga edição de Romeu e Julieta e o velho diário de um famoso pintor italiano, Maestro Ambrogio. O diário conta a estória trágica de Giulietta Tolomei e Romeo Marescotti, dois jovens que faleceram vítimas do ódio entre os Tolomei e os Salimbeni. Desde então, uma maldição assola ambas as famílias. E como descendente dos Tolomei, Julie precisa quebrar a maldição, e, quem sabe, assim como a primeira Giulietta, encontrar o amor. 

O livro oscila entre o passado - a estória trágica da primeira Giulietta Tolomei - e o presente, onde a Giulietta atual procura desesperadamente quebrar a maldição que assola sua família. À medida que vai descobrindo mais pistas, Julie/Giulietta descobre que nada - nem ninguém - é o que parece.

Devo admitir que gostei mais da estória no presente que no passado- embora ambas tenham seu próprio charme. Gostei muito do desenrolar do romance da Julie (embora não vou dizer com quem, é spoiler). O presente é narrado em primeira pessoa, por Julie, e o passado, em terceira.

Afresco pintado por Maestro Ambroglio
É uma leitura muito agradável, embora não tenha me envolvido a ponto de ler o livro todo de uma vez. A autora faz várias referências a lugares que realmente existem em Siena, então li o livro com o tablet do lado, e toda vez que ela citava um lugar, eu procurava no google. Muitas das pinturas também.
Palazzos Salimbeni, Tolomei e Marescotti
O final é bastante ágil, podendo perfeitamente ser adaptado para as telonas. A autora mescla bem romance e aventura, um prato cheio para fãs de ambos os gêneros. Fica nítido também que foi feito uma extensa pesquisa histórica para o livro, o que o torna ainda mais interessante. Gostei muito. 

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