[Outlander] Ep.03 - The Way Out

Tô sempre atrasando MUITO minhas reviews shame on me. Se nos episódios 01 e 02 os roteiristas se mantiveram muito fiéis ao livro, no terceiro, The Way Out, começamos a notar algumas novas tramas sendo inseridas. Não que isso seja necessariamente uma coisa ruim. A produção está fazendo um bom trabalho, e as cenas que não estão no livro não destoam da trama. Essas "novidades" são legais, porque mesmo quem leu todos os livros da série, ainda pode ser surpreendido pelo seriado.

Uma dessas novas tramas é justamente a que inicia o episódio, com Frank e Claire se despedindo antes dela partir pro front de combate (abrindo parêntesis para comentar: "Acho o Tobias bonito como Frank, mas medonho como Jack. Sou só eu?"). Já comentei aqui antes que nunca gostei do Frank e nem entendia o desespero todo da Claire voltar pra ele, mas isso se tornou muito mais plausível com o seriado. Destaque para quando ele fala "Pobre do homem que fica entre você e o que você deseja. E é essa teimosia que acho tão atraente em você", que demonstra a força  da personagem <3. Também gostei do diálogo final entre eles, que tem uma enorme força e significado.

"Claire Beauchamp Randall, prometa que você vai voltar pra mim.
Eu vou, Frank Randall. Eu prometo".

A memória é levada embora com um banho frio da Sra. Fitz, que comenta com admiração que a pele de Claire é linda, e que nunca viu alguém com mais de oito ou nove anos com uma pele tão imaculada de feridas e doenças tremo em pensar como era a pele do povo dessa época. Entra então uma nova cena que não pertence ao livro, com Claire contando à Sra. Fitz que veio do futuro, e está chamando-a de bruxa. Imagino que quem não leu o livro deve ter ficado meio assustado com essa cena, que na verdade é uma reflexão da personagem sobre o que aconteceria se contasse a verdade para alguém daquele século. Os escoceses eram profundamente supersticiosos, e não precisa muito para ela perceber que um pequeno desvio e corre o risco de ser considerada bruxa e morrer queimada ou afogada.

Claire decide fazer um bom trabalho cuidando dos enfermos do castelo, na esperança de que possa cair nas boas graças de Colum e Dougal e ser libertada. Ao vê-la trabalhando, somos agraciados com uma boa dose do que era a medicina no século XVIII. Para dores de cabeça, por exemplo, o indicado é uma tigela de excremento de cavalo (eu, que tenho enxaqueca dia sim, dia não, tremo só de ler isso hahaha). Ela, então, precisa encontrar uma maneira de usar os conhecimentos de medicina do século XX com o que tem disponível no século XVIII, o que não é muito fácil, quando você abre um pote e tem tatuzinhos desidratados à espera de serem usados. O hobbie por herbologia, obviamente, vai ser o maior aliado dela nessa tarefa ingrata.

Entra então outra novidade para os fãs da obra. Um garoto, amigo de um dos sobrinhos da Sra. Fitz, morreu no dia anterior depois de ser possuído após visitar as ruínas antigas do monastério beneditino, também chamada de Igreja das Trevas. Antes mesmo que Claire possa digerir a informação sem pé nem cabeça para alguém do século XX, obtêm sua chance de cair nas boas graças de Colum, sendo chamada à presença dele.

Ao ver Colum interagindo com o alfaiate, que fez uma sobrecasaca com um tamanho mais longo que o normal (para esconder-lhe as pernas deformadas), o que Colum rapidamente lhe faz entender que é uma ofensa sem tamanho, podemos compreender melhor o personagem, que é o poderoso líder de um clã, e mesmo sofrendo dores absurdas, não esconde as pernas ou baixa a cabeça pra ninguém. Desde que li o livro fiquei com pena do personagem, que se indaga que mal fez para receber tamanho castigo. Infelizmente, a bunda que aparece nesse trecho não é a que queremos ver. lol

A massagem que Claire fez em Colum dá bons resultados, uma vez que ele a convida para ver Gwyllyn, o bardo, cantando no salão durante a noite. É quando ela decide dar uma de cupido para Jamie e Laoghaire, não que ele tenha entendido as intenções dela (senti um pouco de pena de Laoghaire, devo admitir). Ao vê-la tomando copo atrás de copo do embriagante vinho dos MacKenzie, Jamie consegue levá-la do salão principal com a desculpa de que a bandagem está irritando-o. Aí temos mais uma ótima dose de interação dos dois, que têm um química absurda, praticamente se pode ver as faíscas saltando. Não posso pensar em dupla melhor para interpretar meus personagens favoritos. É claro que já revi essa cena umas dez vezes (quando ela abre a camisa dele para ver o ferimento, a fangirl em mim estava berrando tão alto que eu mal podia ouvir o que ela estava falando lol).

No dia seguinte, Claire encontra a misteriosa Geillis de novo. E devo dizer que ela está com uma cara de lunática assustadora ao longo de todo o episódio. Geillis comenta que o padre Bain decide fazer um exorcismo no sobrinho da Sra. Fitz, e solta várias indiretas para Claire, sobre o passado desta. Imagino que quem não leu os livros deve estar bastante curioso sobre quem é e o que quer Geillis. Apesar da cara de louca, adoro a voz dela.

Ao ouvir sobre a situação do jovem Tammas, Claire decide visitá-lo, onde dá de cara com o intransigente padre Bain. Os roteiristas, com esta nova trama, deram muito mais destaque ao personagem do que acontece no livro. Não que isso seja ruim, mas se antes o padre Bain era uma lembrança perdida na minha cabeça, agora é mais um no rol de insuportáveis junto com Black Jack Randall. A Sra Fitz não deixa Claire interferir no trabalho do padre, o que a deixa bem frustrada - especialmente porque sabe que, se tivesse a chance, poderia ajudar o garoto.

Os telespectadores, então, são premiados com a irritante cena de Jamie beijando Laoghaire (por essa e outras razões que odeio essa vaca  moça). Claire, mais tarde, durante o jantar, não perde a oportunidade de admoestar Jamie sobre isso, numa sequência bem divertida.
Murtagh, que ao que me recorde não tinha dado muito o ar da graça (a propósito, adorei o ator), a adverte que a brincadeira pode ter consequências graves pra Jamie, se o pai da moça ouvir as insinuações. Arrependida e com um pouco de ciúmes, segundo ela, não de Jamie, mas da intimidade dos dois (vamos fingir que acreditamos, Claire), ela chora, lembrando de Frank. Dougal aparece e a convida para ir com ele, no dia seguinte à vila, para visitar Geillis.

Geillis, obviamente, não perde a oportunidade de tentar descobrir todos os segredos de Claire. Vemos mais uma mostra da brutalidade cortesia do século XVIII, quando um garoto está a ponto de ter a mão amputada por roubar dois pães; seguida da mostra do poder de Geillis sobre o marido, quando convence-o a não amputar a mão do menino. Devo ressaltar que o marido dela é ainda mais repugnante do que tinha conjurado minha imaginação, e olha que sou bastante criativa. Pobre Geillis, mulher nenhuma deveria ser obrigada a casar com um traste daqueles para conseguir se manter.

A pena do menino foi reduzida a ter a orelha pregada ao pelourinho. Geillis intensifica o interrogatório, quando Jamie chega para levar Claire de volta ao castelo. Ao ver o menino ainda pregado ao pelourinho, ela descobre horrorizada que ele tem que reunir coragem para arrancar a própria orelha, já que ninguém irá ajudá-lo. Jamie, então, usa a oportunidade para mostrar o bom moço que é, e enquanto Claire finge um desmaio, ele liberta o menino. Aproveitando a boa vontade dele, Claire pede que vá com ela até a Igreja das Trevas, pois ela precisa descobrir o que está causando a enfermidade dos meninos.

Jamie explica a Claire que ir até lá é como uma prova de masculinidade dos meninos, e que a maioria das crianças costumam fazer isso - inclusive ele. Ela descobre o que está causando a doença dos meninos - uma erva chamada Lírio-do-Vale, venenosa, trazida pelos abades alemães (incrível como ela não consegue se livrar deles nem viajando 200 anos no tempo)
Como não amar o olhar dele pra ela? <3
De posse do conhecimento do que causa a doença de Tammas, ela volta à casa dele, decidida a ajudar. Mas lá precisa enfrentar o intolerante fanático e misógino Padre Bain. Ela conta com o apoio da Sra. Fitz, e consegue um inimigo poderoso ao dar um antídoto ao menino e transformar o padre Bain num tolo. Palmas para Sra. Fitz, adorei ela botando banca sobre o padre. Pra não sair completamente por baixo, ele afirma sentir o "cheiro do inferno" sobre Claire, e se isso não quer significa problemas futuros, mudo meu nome.

Após salvar o menino, a fama de Claire cresce. Tanto, que Column não quer mais que ela deixe o castelo. A estratégia de cair nas graças dele fez efeito até demais e virou-se contra ela. Ela percebe, então, quer precisa fugir, se quiser voltar para Frank. A música cantada por Gwyllyn, sobre a moça que, em uma colina encantada na véspera do Samhain, vai parar uma terra estranha e diferente da sua; deixa claro à Claire que o que aconteceu com ela já ocorreu com outras mulheres, e que poderá voltar a sua própria terra se tocar as pedras, mais uma vez, em outra véspera de Samhain.

Ela decide, então, fugir de Castle Leoch e voltar para as pedras. Ou morrer tentando.

Review Ep. 01 - Sassenach
Review Ep. 02 - Castle Leoch

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