Entrega Especial
Peguei pânico-medo-pavor-ahhhhh dessa autora depois que li um livro onde o
mocinho ficava paraplégico e casava com a enfermeira água-sem-sal que cuidou
dele e a mocinha fazia um monte de merda e era presa por uso de drogas e ficava
com um advogado que surgia nas últimas páginas do livro. Não me lembro o nome
dessa desgraça literária, mas o fato é que é só falar de Danielle Steel que
sinto uma coceira no corpo inteiro. Argh.
Um dia desses, porém, quando meu
pai arrumava uma das suas estantes, esse livro saltou à vista. Pensei “tira
isso de perto de mim!”, mas o livro era tão fininho e eu estava tão doida
entediada que logo surgiu aquele pensamento que nunca te leva pra um bom
caminho: “porque não?”. Olhei descaradamente as últimas páginas, e ao ver que
os dois protagonistas estavam ali, juntos, e como ninguém morreu ou algo
parecido, achei que valia pra passar o tempo. Eis porque um livro de Danielle
Steel foi acrescentado na minha lista de livros lidos de fevereiro. Tal feito
não vai se repetir tão cedo neste século.
A história me ganhou pela idade
dos personagens. Ele, com 59. Ela, com 50. Acostumada a ver romances na casa
dos trinta, ver o desenrolar da história de dois cinquentões é, no mínimo, um
tanto quanto original pra mim. Jack Watson é um mulherengo de marca maior. Ama
as mulheres. Todas elas. E é amado em retorno, mesmo quando as deixa pela
próxima da lista. Já Amanda Robbins é uma mulher casada, fiel ao marido, que
despreza totalmente o sogro da filha.
Os dois não tinham muita coisa em
comum, até que o marido de Amanda morre. Preocupados com o casamento dos
filhos, Jack e Amanda começam a perceber que sim, têm mais em comum que imaginavam.
E quando decidem anunciar isso pro mundo, precisam enfrentar a violenta
oposição dos filhos de ambos, e lidar com algo completamente inesperado.
Achei o livro fofo, embora um
tanto corrido. Adorei o Jack, por ser um mulherengo, mas um mulherengo gentil e
cavalheiro – não os porcos machistas e arrogantes que vemos nas histórias por
aí. Ele é sensível e educado, além de ter umas tiradas ótimas. Adorei como ele
é despreocupado, e o modo como entra em pânico no fim, quando se dá conta que
Amanda entrou no que chama de transição.
Dei altas risadas, especialmente porque ele tá pra lá de bêbado.
Definitivamente, um personagem encantador.
A trama é interessante, embora
previsível. Em cada um dos detalhes. A ação nas últimas páginas acontece muito
rapidamente, acho que ela poderia ter escrito uns capítulos a mais e a
aprofundado melhor a história. Aliás, toda a trama se passa de uma maneira
veloz demais pro meu gosto, deixando o livro um tanto quanto superficial.
Não me arrependi de ler a história, mas minha fé na autora
não foi restaurada. Duvido muito que será um dia.
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