#DLdoTigre: A Maldição do Tigre

Fonte da imagem: Wonder Jardim
Por ser tipo um conto de fadas indiano, o livro chamou minha atenção imediatamente. A capa dele é gloriosa, daquelas que chama muito a atenção (pelo menos a minha). A Maldição do Tigre é o primeiro de uma série de 4 livros (recentemente foi lançado um quinto, que se passa antes dos eventos do primeiro livro). 

Orfã, Kelsey Hayes precisa de um emprego para juntar dinheiro para a universidade. Ela consegue arranjar um trabalho no circo, para cuidar da limpeza, da bilheteria e alimentar um majestoso tigre branco chamado Dhiren. Ela sente uma conexão com o tigre, para quem lê Shakespeare, poesias, e passa o tempo junto, tentando lidar com a solidão. O tigre, a quem ela chama simplesmente de Ren, é vendido para uma reserva natural na Índia, e na companhia do gentil Sr. Kadam, Kelsey viaja até lá, acompanhando o tigre. Chegando na Índia, ela descobre que o tigre é na verdade um príncipe indiano, amaldiçoado a ficar na forma de tigre, assim como seu irmão, Kishan. Muitos séculos atrás, Ren foi traído por Kishan, que entregou-o ao líder do reino vizinho, o maléfico Lokesh, em troca da futura esposa do irmão e filha de Lokesh, Yesubai. Lokesh traiu Kishan, o que resulta na maldição de ambos os irmãos e na morte da bela (e insossa) Yesubai. 

Agora Kelsey parte numa jornada para ajudar Ren e seu irmão a cancelar a maldição. Pra isso, de acordo com uma velha profecia, precisam encontrar quatro oferendas para a deusa Durga (quatro oferendas = quatro livros). Por enquanto, Ren só pode ficar 24 minutos na forma humana a cada 24 horas. A cada oferenda conquistada, o tempo aumenta. Durante a jornada, cheia de seres místicos e diversos perigos, Kelsey vai se apaixonando cada vez mais pelo tigre... e pelo homem. 

O livro é narrado em primeira pessoa, e faz muito tempo que narrações assim deixaram de me incomodar. O ritmo é ágil, fazendo com que a leitura seja bem rápida. Em meio à trama abundam contos indianos, o que poderia ser chato, mas surpreendentemente não é. Como a mãe de Ren é japonesa, o livro também tem um pezinho na mitologia nipônica. Kelsey é uma personagem bem desenvolvida, muito mais do que a clichê mocinha em perigo. Ela é decidida, teimosa e cabeça dura, fazendo um bom par com Ren, que embora seja bastante calmo, também pode ser muito teimoso.

- Você está se recusando a reconhecer o que se passou entre nós?
- Não  estou me recusando a nada. Não tente pôr palavras na minha boca.
- Não estou fazendo isso. Só estou tentando convencer uma mulher teimosa a admitir que sente alguma coisa por mim.
- Se eu sentisse algo por você, você seria o primeiro a saber.
- Está dizendo que não sente nada por mim?
- Não é isso que estou dizendo.
- Então o que você está dizendo?
- Eu estou dizendo... não estou dizendo nada! - explodi.
Ren sorriu e estreitou os olhos.

O desenrolar do romance é tranquilo e gosto muito da maneira como acontece. Gosto mais ainda da posição da Kelsey em relação ao Ren, se recusando a ficar com ele. Obviamente há uma enorme dose de baixa estima nessa decisão, talvez por isso eu tenha me identificado tanto com a postura dela. Deus sabe quantas vezes rejeitei ser o rabanete.

- [...] um homem faminto comeria feliz um rabanete, certo? Na verdade, um rabanete seria um banquete se fosse tudo o que ele tivesse. Mas, se houvesse um banquete de verdade diante dele, o rabanete jamais seria escolhido.
- O que está querendo dizer?
- Estou dizendo... que eu sou o rabanete.
- E eu sou o quê? O banquete?
- Não... você é o homem. Só que... eu não quero ser o rabanete. Quem quer? Mas sou realista o bastante para saber o que sou e eu não sou um banquete. Quero dizer, você poderia estar comendo bombas de chocolates, pelo amor de Deus.
- Mas não rabanetes.
- Não.
- Mas e se... - Ren fez uma pausa, pensativo. - ... eu gostar de rabanete?
- Você não gosta. Só não conhece nada melhor. 

Pelo que pude ver, nos próximos livros, eles vão continuar em busca das oferendas, enquanto se forma um triângulo amoroso entre Kelsey, Ren e Kishan. Odeio triângulos amorosos, especialmente se simpatizo com ambos os homens (ou mulheres) competindo na relação. A dose de aventura vem na dose certa, assim como a de romance. Gostei bastante do livro.

Satisfaça um capricho meu, Kells. Este é o fim da linha pra mim. Estamos deixando o lugar onde posso ser humano o tempo todo e tenho apenas uma vida de tigre à minha espera. Portanto, sim, eu quero beijar você mais uma vez.

P.s: li esse livro como parte do Desafio Literário do Tigre, cujo tema no mês de Maio é Bichos. Mais informações sobre o desafio, aqui

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