Daquele livro que você precisa ler
Eu não tenho um método para escolher leituras. Vou mesmo pelo humor. Às vezes tenho vontade de ler um bom e velho romance com final feliz incluso; outras vezes, se tiver romance na trama, não chego nem perto. Quando recebi Como Viver Eternamente, da Sally Nicholls, enviado gentilmente pela Geração Editorial, eu não estava com clima para ler um livro que me levasse às lágrimas. Como eu sabia que o livro tinha alto potencial emotivo? A editora mandou um pacote de lenços de papel junto (aliás, obrigada, usei todos).
Deixei para ler num dia em que estivesse mais aberta a esse tipo de leitura, mas a curiosidade foi maior e, voltando de uma aula de frevo, comecei a ler no longo percurso de ônibus pra casa. A primeira coisa que digo sobre o livro é: não precisa estar com o “humor” certo para lê-lo. Ele te cativa nas primeiras páginas.
Como Viver Eternamente conta a estória de Sam, um garoto de 11 anos que tem leucemia e decide fazer um livro contando suas últimas experiências. A despeito do tema pesado, o livro é uma leitura muito interessante, que, inclusive, me fez rir várias vezes ao longo de suas páginas, oscilando entre a risada, a pena, a tristeza e as lágrimas. Quase uma montanha russa emocional, mas, garanto, vale muito a pena.
Através dos olhos de Sam, conhecemos o sensacional e altamente divertido Felix (um garoto que também vai morrer, adora rock e quer muito ir ver novamente um show do Green Day); seus pais, sua irmã e a reação destes à sua doença (que varia, de pessoa pra pessoa); sua professora, a Sra. Willis (que tem ideias ótimas para aulas), seu médico e sua rotina com muitos remédios e vai-e-vem da sua doença. Sam é um garoto doce, curioso, divertido. É ao mesmo tempo maduro frente à realidade de que tem poucos meses de vida, e inocente e curioso como o menino de 11 anos que é; e essa dicotomia torna o livro ainda mais interessante.
Apesar de saber que vai morrer, Sam não se abala com isso, continua positivo, alegre, entusiasmado (embora tenha justificáveis momentos de raiva). Por sugestão da Sra. Willis, ele escreve várias listas (“Cinco Fatos a meu respeito”, “Coisas que quero fazer”, “O que fazer quando alguém morre”, entre outras), além de relatar fatos curiosos, sua rotina, as coisas malucas que Felix o leva a fazer, e a dolorosa série de “perguntas que ninguém responde” (uma delas partiu meu coração em pedaços). É esse conjunto de textos que forma o livro.
O livro tem 230 páginas que passam voando. Algumas contêm desenhos, páginas de caderno, bilhetes, pedaços de papel. É uma leitura maravilhosa, e eu, que sempre tenho mil palavras e sinônimos rondando a minha cabeça, me vi restrita a repetir insistentemente a mesma frase quando ia falar sobre Como Viver Eternamente para alguém: “Ele é lindo, e você precisa lê-lo!”.
Leia-o.
Apaixone-se por ele, chore, sorria, termine a leitura com a alma mais leve e mais tranquila.
Vai valer a pena.
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